Quando eu era criança, minha mãe ouviu sobre um tal Jesus através da mãe de um colega de escola e  começou assim a conhecê-lO. Indo a uma igreja evangélica no bairro juntamente com minha mãe e meu irmão fui aprendendo o que era ensinado sobre os princípios da vida cristã. Iniciei meus primeiros passos. Na minha adolescência já se mostrava evidente a visão séria que eu tinha a respeito de uma vida com Deus. Para mim era algo muito importante, mas vivia ainda algo sem muita profundidade, religioso, uma vida de igreja, com muitas cobranças, sendo sempre um cara bom, estudioso, bom filho, certinho, porém não experimentando algo mais profundo na minha jornada espiritual.

No auge da adolescência via muitos de meus amigos de igreja tendo comportamentos que não condiziam com a imagem que eu tinha em mente a respeito deles. Ouvia muitas coisas estranhas, que nada tinham a ver com o que eu entendia sobre ser cristão. Ao ver amigos tão jovens que se diziam uma coisa na igreja e viviam outra coisa totalmente diferente em seu cotidiano, entrei em parafuso. "Será que realmente vale a pena viver assim, essa coisa de vida cristã?", "Quem realmente Deus é pra mim?" eram questões que passaram a me confrontar. Me via também em meio a pessoas que pareciam estar tão vazias em sua vida cristã e tinha medo de me tornar assim também. De alguma forma, sabia que havia algo muito importante a se viver com Deus e que ia muito além de tudo que eu vivia, mas não sabia exatamente o que era. Uma busca começou em minha vida. 

Alguns anos depois, já no segundo ano da faculdade, conheci alguns estudantes cristãos e passei a me relacionar com eles. Havia um grupo em específico que realizava reuniões semanais e, indo a estas reuniões, passei a repensar toda a minha vida com Deus a medida que íamos conversando sobre nossas experiências de vida. Sentia-me então desafiado a viver algo mais real com Deus. Tomei a decisão de ter um comprometimento maior: viver verdadeiramente a vida da qual tanto falava e ouvia, mesmo sentindo-me ainda um tanto inseguro na ocasião. E, mais do que isto: entendi que o que faltava na minha vida era algo mais profundo, muito simples e puro: um relacionamento pessoal com Deus. Vi que valia a pena viver uma vida com Deus e que se eu não O tivesse conhecido eu não saberia como minha vida seria.   

Hoje minha visão de Deus mudou. Meu relacionamento com Deus não deve consistir em práticas religiosas, em uma vida apenas de igreja ou repleta de boas atitudes. Deus deseja se relacionar com cada um e deseja que nós estejamos ao lado dEle em todos os momentos da vida, sejam eles bons ou ruins. Ele não quer que vivamos uma vida de religião, de palavras da boca pra fora ou que sejamos pessoas melhores em nosso comportamento. É algo mais relacional, pessoal e que hoje faz todo sentido para mim. E a cada dia sinto prazer e vontade de me relacionar mais e mais com Ele, como amigo, um Pai, como Deus.

Não sei se você se indentificou com minha história ou com as perguntas que me fazia ou com a minha preocupação em entender sobre Deus e sobre como deveria ser minha vida com relação a ele, mas convido você a pensar mais sobre a possibilidade de se relacionar com Ele pessoal e intimamente. Isto não significa fazer parte de uma religião ou de uma igreja, mas sim viver perto dEle, entendendo que Ele também deseja isso, tanto que um dia fez algo memorável porém muitas vezes esquecido: Ele enviou Jesus até aqui para mostrar, com isso, que só Ele poderia fazer algo para reestabelecer o link entre nós e Ele e que havia sido quebrado no momento em que nós, a humanidade, viramos as costas pra Ele por acharmos que poderiamos caminhar com nossos próprios pés e viver da forma que quiséssemos, longe dEle. É um convite que Ele está constantemente fazendo a cada um e depende de você querer também caminhar ao lado dEle. 

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